domingo, 11 de novembro de 2012

A lei do distanciamento



   No distanciamento está a sabedoria da incerteza... na sabedoria da incerteza está a libertação do passado, do conhecido, que é a prisão dos velhos condicionamentos.

   E, na mera disponibilidade para o desconhecido, para o campo de todas as possibilidades, rendemo-nos à mente criativa que rege o universo.


   Como dois pássaros dourados pousados no mesmo galho, intimamente amigos, o ego e o Eu habitam o mesmo corpo.

   O primeiro ingere os frutos doces e azedos da árvore da vida; o segundo tudo vê no seu distanciamento.

Mundaka Upanishad



 Segundo esta lei, para se conseguir qualquer coisa na natureza é preciso desistir do apego a ela. Isto não significa desistir da intenção de criar um desejo. Abandona, apenas, o apego aos resultados.

     É uma atitude muito poderosa. No momento em que você desistir do seu apego aos resultados, misturando simultaneamente, intenção unidirecionada com distanciamento, terá tudo o que deseja. O distanciamento permite alcançar qualquer coisa porque ele se baseia na sua crença inquestionável no poder do seu verdadeiro Eu.

     Já o apego está baseado no medo e na insegurança – a necessidade de segurança está fundamentada no desconhecimento do verdadeiro Eu. A fonte de riqueza, de abundância, de qualquer coisa no mundo físico é o Eu. É a consciência que sabe como satisfazer como satisfazer todas as necessidades. O resto é simbólico: Casas, carros, contas bancárias, roupas, aviões. Os símbolos são transitórios; eles vêm e vão. Perseguir símbolos é como instalar-se no campa e não nos territórios. Isto cria ansiedade e acaba levando você a se sentir vazio e oco por dentro, porque está trocando o seu Eu pelos símbolos do Eu.

     O apego vem da pobreza de consciência, porque o apego é sempre pelos símbolos. Distanciamento é sinônimo de consciência rica, porque ele oferece a liberdade para criar. O envolvimento com distanciamento cria alegria e felicidade. Dessa forma, os símbolos de riqueza são alcançados espontaneamente, sem nenhum esforço (4ª lei). Sem distanciamento, somos prisioneiros da impotência, da desesperança, das necessidades mundanas, das preocupações triviais, do desespero mudo, da falta de humor – traços distintivos de vida medíocre e de consciência empobrecida.

     A verdadeira consciência é a habilidade de ter tudo o que se quer, na hora que se quer, no mínimo esforço. Para viver esta experiência você tem de estar apoiado na sabedoria da incerteza. Na incerteza, você encontrará a liberdade para criar o que quiser.

     As pessoas buscam constantemente segurança. Você descobrirá que buscar segurança é, na verdade, uma coisa muito efêmera. Até o apego ao dinheiro é um sinal de insegurança. Você poderia dizer: “Quando eu tiver milhões de dólares, estarei seguro, serei financeiramente independente e poderei me aposentar; aí poderei fazer o que realmente desejo”. Mas isso nunca acontece – nunca acontece.

     Aqueles que buscam segurança perseguem-na por toda a vida e nunca encontram. Ele é sempre ilusória, efêmera, porque a segurança nunca pode vir  do dinheiro. O apego ao dinheiro criará sempre insegurança, por mais que você tenha no banco. De fato, as pessoas que têm mais dinheiro são as mais inseguras.

     A busca de segurança é uma ilusão. Para a tradicional sabedoria ancestral, a solução para esse dilema está na sabedoria da insegurança, ou na sabedoria da incerteza. Isso quer dizer que a busca da segurança e da certeza é, na verdade, um apego ao desconhecido. E o que é ele, afinal ? O conhecido é o nosso passado. O conhecido nada mais é que a prisão dos velhos condicionamentos. Não há uma evolução nisso – absolutamente nenhuma. E, quando não há evolução, há estagnação, desordem, ruína. (2ª lei)

     A incerteza, por sua vez, é um terreno fértil para a criatividade e para a liberdade. Incerteza significa  entrar no desconhecido em todos os momentos da nossa existência. O desconhecido é o campo de todas as possibilidades, sempre frescas, sempre novas, sempre abertas para a criação de novas manifestações. Sem a incerteza e o desconhecido, a vida seria apenas uma repetição viciadas de memórias velhas. Você cairia vítima do passado e o seu torturador de hoje é o que sobrou de você ontem.

     Renuncie ao seu apego ao conhecido, entre no desconhecido e você estará no campo de todas as possibilidades. A mera disponibilidade de entrar no desconhecido lhe oferecerá a sabedoria da incerteza que há nele. Isto significa que em todos os momentos da vida você terá excitação, aventura, mistério. Experimentará a diversão da vida – a magia, a celebração, o contentamento, a exultação do seu próprio espírito. (Confiança em Deus, desapego a matéria).

     Poderá, então, diariamente, procurar a excitação do que acontece no campo de todas as possibilidades. Se você experimentar a incerteza, estará no caminho certo – por isso não desista. Não é preciso ter uma idéia pronta e acabada do que você vai estar fazendo nas próximas semanas, ou no ano que vem, porque se você já sabe o que vai acontecer e se apega a essa idéia, abre mão de toda a gama de possibilidades.

     Uma das características do campo de todas as possibilidades são as correlações infinitas. Esse campo consegue reger uma infinidade de eventos no tempo-espaço para conseguir os resultados pretendidos. Mas, quando você está apegado, a sua intenção fica presa num rígido espaço mental. Assim, a fluidez, a criatividade, a espontaneidade inerentes àquele campo se perdem. Quando você se apega a uma idéia pronta, o seu desejo, antes fluido e flexível, fica congelado numa estrutura rígida que interfere em todo o processo de criação.

     A lei do distanciamento não interfere na lei da intenção e do desejo no estabelecimento de um objetivo. Você continua com a sua intenção de seguir uma certa direção, ainda tem um objetivo. Entretanto, entre o ponto A e o ponto B há infinitas possibilidades. Graças à incerteza dessas infinitas possibilidades, você poderá mudar de direção no momento que encontrar um ideal maior, que descobrir algo mais excitante. É também improvável que você force a solução de problemas, pois isso irá impedi-lo de estar alerta às oportunidades. A lei do distanciamento acelera todo o processo de evolução. Quando você entende esta lei, não se sente compelido a forçar soluções. Se você forçar a solução de problemas, só vai criar novos problemas. Mas, se dirige a sua atenção para a incerteza e observa essa incerteza enquanto espera a solução emergir do caos e da confusão, o que aparecer será fabuloso e excitante.

     O estado de alerta – a prontidão para o presente, no campo da incerteza – encontra o seu objetivo e a sua intenção, o que permite a você aproveitar a oportunidade. O que é a oportunidade ? Ela está contida em todos os problemas que você tem na vida. Em cada um desses problemas está a oportunidade de um benefício maior. Com essa percepção você se abre para toda a gama de possibilidades – o que preserva o mistério, o encantamento, a excitação, a aventura da vida.

     Todo problema pode ser visto como uma oportunidade de benefícios maiores. Fica-se alerta para as oportunidades de benefícios quando se está assentado na sabedoria da incerteza. E quando a prontidão encontra o oportunidade, a solução surge espontaneamente.

     O resultado disso é o que se chama comumente de “boa sorte”. Sorte nada mais é que a prontidão e a oportunidade caminhando juntas. Se as duas estiverem misturadas à observação atenta do caos, daí emergirá benéfica para você e para todos os que estiverem ao seu redor. Essa é a perfeita receita do sucesso. Ela está baseada na lei do distanciamento.

fonte de luz:http://www.setydeias.com.br/

livro:7 leis espirituais do sucesso-Deepak Chopra

2 comentários:

  1. Muito interessante este texto, li e fique refletindo em cada parágrafo...muito bom!!

    Que sua semana seja repleta de bênçãos de luz e paz!!
    Beijos!!♥

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  2. Mari, eu amo esse livro...obrigada pelo carinho...bjos

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