quinta-feira, 15 de outubro de 2009

NÃO PODEMOS FICAR PARADOS!



O que está em jogo não são mais idéias políticas nem hegemonias momentâneas. É a própria sobrevivência do homem na terra. E isso depende de nós: somos a única espécie que desenvolveu a capacidade de se auto-exterminar.


AS AMEAÇAS

Ruptura na camada de ozônio

Ao longo da formação do planeta Terra, os continentes e os mares sofreram várias transformações, durante os muitos períodos geológicos. Mas a transformação mais significativa deu-se com a evolução dos organismos aquáticos, capazes de utilizar a luz solar para a produção de energia, através da fotossíntese.
Antes, porém, dessa evolução, a formação gradual de oxigênio produzido biologicamente na água e sua difusão para a atmosfera causou uma enorme mudança na composição química do ambiente. Aquela formação estava condicionada, em grande parte, por gases de vulcões que eram muito mais ativos que nos dias de hoje. Devido à ausência de oxigênio, não havia "capa" alguma de ozônio sobre o planeta, pois só o oxigênio submetido à radiação de ondas curtas produz o ozônio que, por sua vez, absorve as radiações ultravioletas. Assim, pela falta da camada de ozônio, as radiações ultravioletas solares penetravam até a superfície da Terra e eram mortais aos organismos que nela se aventurassem, com exceção dos seres aquáticos, protegidos pela camada da água.
Somente há seiscentos milhões de anos, começou a formação da capa protetora da Terra, mas, só há quatrocentos milhões de anos, a vida pôde invadir os continentes, representada sucessivamente por vegetais, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.
A camada de ozônio na estratosfera terrestre, a 17 quilômetros de altitude, filtra os raios solares ultravioletas, que podem causar mudanças climáticas e até câncer de pele. No final dos anos 70, uma expedição científica britânica à Antártida constatou que o buraco nessa capa protetora era uma ameaça real à vida no planeta. Ele é causado por grandes concentrações de compostos químicos industriais, denominados em conjunto de clorofluorcarbono (CFC), conhecido também como gás freon, usado em grande escala na produção de aerossóis, refrigeradores e produtos de limpeza, embora, nos últimos anos, venham surgindo medidas restritivas. Reagindo com o ozônio da estratosfera, o cloro contido no CFC transforma-o em oxigênio que não bloqueia os raios ultravioletas. Caso a diminuição da camada de ozônio continue, os índices de câncer de pele aumentarão, ocorrerá alteração na fauna e na flora, redução das safras agrícolas, modificação da temperatura e da circulação do ar no planeta.

O avanço do processo de desertificação

Desertificação é outro sério problema ambiental de caráter global que o homem vem enfrentando nas regiões semi-áridas e subúmidas. O primeiro sintoma é o aparecimento de manchas no solo. Depois, a vegetação vai ficando escassa e, por fim, morre. As manchas aumentam e transformam-se em grandes áreas, onde a vida animal e vegetal é impraticável. Segundo estudos realizados pelo Programa das Nações Unidas para o meio Ambiente, a cada ano, o planeta perde cerca de 6 milhões de hectares de terras férteis, em virtude do processo de desertificação, do mesmo modo que, em outros 21 milhões de hectares, a produção agrícola torna-se antieconômica.
As principais causas da desertificação são os desmatamentos, as queimadas, a expansão de culturas intensivas para terras de várzea, mais adequadas para a criação de gado, e o mau uso da água subterrânea para a irrigação. No Brasil, esses problemas são sérios. Em apenas alguns anos, milhares de hectares de planícies verdejantes e coxilhas (colinas suave) que constituem o pampa gaúcho viraram areia e dunas, nas quais qualquer cultivo torna-se inviável.
Segundo o boletim número 20 de 1996 da New Assessment of the World Status of Desertification, a percentagem total de terras dos continentes que estão na condição de desertos ou terras secas é: África: 66%; Ásia: 46%; Austrália: 75%; Europa: 32%; América do Norte: 34%; América do Sul: 31%.
Todavia, o mais grave efeito da desertificação são os milhares de pessoas que, a cada ano, morrem de fome no Sahel (faixa desértica, localizada na África, que mais aumenta no mundo), devido ao fracasso das safras agrícolas.

Efeito estufa

Um contingente expressivo de especialistas em climatologia admite que a média da temperatura planetária subiu de maneira anormal, nos últimos 100 anos, e pode subir ainda mais, daqui em diante. Basta, para isso, que a poluição do ar continue no ritmo atual e a hipótese torna-se perfeitamente aceitável.
Embora ainda não existam provas irrefutáveis, acredita-se que esse fenômeno de aquecimento da superfície do planeta resulta do chamado "efeito estufa", expressão adotada para indicar o aprisionamento do calor de gases atmosféricos como o metano, vapor d`água, óxido de nitrogênio, clorofluorcarbono (CFC) e, especialmente, o gás carbono. Produzidos em larga escala pelas atividades urbanas e industriais, eles formam uma espécie de parede de vidro ou saco plástico que retém, junto ao planeta, uma parte dos raios solares que, em condições normais, seriam rebatidos para o espaço. Quanto mais moléculas permanecerem flutuando no ar, mais calor ficará retido. Se a atmosfera não existisse, a temperatura média do planeta seria de 18 graus negativos. A média anual é de 15 graus positivos, mas ela poderá subir vários pontos, em poucas décadas, se o planeta não reduzir drasticamente a produção de poluentes.
Entre os resultados desastrosos do efeito estufa, estariam distúrbios climáticos como secas, furacões, aumento das chuvas e nevadas, derretimento do gelo dos pólos (com a conseqüente elevação do nível do mar, provocando inundações) e diminuição na produção de alimentos.

Acidentes nucleares

Desde 1945, ano que marca o fim da Segunda Guerra Mundial e, ao mesmo tempo, o inicio da era atômica para toda a humanidade, já foram registrados - e divulgados - mais de 200 acidentes nucleares na face da Terra. Mas isso pode ser só a ponta de um iceberg. E os casos não divulgados, quantos seriam?
Impossível saber ao certo. O que consta, com toda a certeza, é que esse tipo de desastre, com armas e usinas atômicas, representa um perigo crescente e de alcance imprevisível . Não é como um incêndio, um desabamento, uma inundação ou qualquer catástrofe que o homem conheceu antes, que fica praticamente restrita ao local de ocorrência. Um reator nuclear é uma espantosa concentração de energia poluidora; vários reatores nucleares são uma assustadora concentração de poder político. Segundo a Agencia Internacional de Energia Atômica (AIEA) americana, há mais de 30 países tecnicamente aptos a produzir ogivas nucleares em alguns anos: basta que os seus governos queiram. Acontece que produzir é uma coisa; controlar os riscos é muito diferente.
Em 26 de abril de 1986, o acidente na usina de Chernobyl, União Soviética, deu um susto na humanidade inteira, a ponto de impor uma revisão geral nas normas de segurança nuclear. A conseqüência mais grave - herança da explosão - constatável atualmente, na população de Chernobyl que ficou exposta à radiação, é o constante aumento do número de nascimentos de crianças com avançado retardamento mental e com sérios defeitos físicos. São inúmeros os casos de famílias onde a maior parte dos membros - tanto pais como filhos - morreram em conseqüência de câncer. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os índices de leucemia, entre as crianças, são nove vezes maiores dos que foram computados em Hiroshima e Nagasaki, dez anos após a explosão das duas bombas atômicas.
Se isso aconteceu na ainda coesa União Soviética, tão experiente nessa tecnologia, o que se pode então esperar de países como o nosso, que costumam lidar com esses problemas de maneira mais desajeitada? Em novembro de 1987, o Brasil parou para ver na TV o acidente com o césio-137 em Goiânia. O episódio já foi praticamente esquecido, mas o material contaminado pela radioatividade continuará sendo perigoso ainda por muito tempo, mesmo lacrado e intocável. Num exercício de imaginação, pessimista mas perfeitamente cabível, calcula-se que nada menos que 20 milhões de brasileiros, em 50 cidades, seriam afetados por um possível acidente na usina nuclear de Angra dos Reis, RJ, que espalharia nuvem radioativa num raio de 300 quilômetros.

Extinção de espécies

No final da década de 80, a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN ) havia registrado 4500 espécies em extinção, entre animais e plantas. Outras estimativas chegam a fixar em cerca de 100 o número de espécies que desapareceriam diariamente da fauna e da flora do planeta, sendo que, em 95% dos casos, o homem nem sequer chegou a tomar conhecimento delas. Nas florestas tropicais, como a Amazônia, calcula-se que de 10 a 20% das espécies podem sumir até o ano 2000.
O desaparecimento de outras formas de vida não pode ser de todo creditado à intervenção humana. Na verdade, a extinção de espécies (por exemplo, a dos dinossauros, que duraram 140 milhões de anos) já ocorria bem antes do surgimento do homem, seja por conta de modificações climáticas ou do impacto de colisão de meteoritos contra a superfície terrestre. No entanto, é fora de dúvida que o homem deu um grande impulso à fatalidade. A industrialização da sociedade, a expansão da caça e das atividades agropecuárias provocam mudanças tão fortes e repentinas no meio ambiente, que os animais e plantas não podem resistir e sucumbem. Hoje, está claro que isso tem um preço alto não apenas para as espécies sacrificadas mas, indiretamente, também para o homem. Se não bastasse o lado ético da questão - no sentido de que o homem não teria o direito de romper o equilíbrio de algo que não criou -, restaria o lado prático, de uma providência em causa própria. Preservar as espécies é indispensável para manter a estabilidade da biosfera. Uma grande floresta, por exemplo, é uma peça-chave no clima global. E mais: as plantas e os animais que ali vivem constituem um valioso material genético para o desenvolvimento da farmacologia e da biotecnologia.

Excesso de lixo

Atualmente, mais da metade da população mundial está concentrada em cidades e tudo indica que as maiores taxas de crescimento serão registradas pelas metrópoles de países em desenvolvimento. Estas duas informações, combinadas, sugerem - automaticamente - uma imagem: muito lixo, pilhas de lixo, montanhas de lixo e muita gente vivendo dele. Mas também os países ricos se defrontam com o mesmo problema: nas sociedades mais desenvolvidas, os objetos cotidianos tendem a ser mais descartáveis. A riqueza gera o desperdício e isso está dentro da sua lógica. No entanto, esses países ricos também são os que primeiro se deram conta do enorme desafio que o lixo representa para o bem-estar e a saúde das próximas gerações. Podiam investir e investiram: em coleta, separação e reciclagem de materiais como vidro, plástico, metais e papéis e também no aproveitamento da parte orgânica. Assim, essa tecnologia de tratamento de dejetos não só veio a atenuar o drama maior - a crescente falta de novos lugares onde colocá-los - como também passou a dar lucro.
Nos países pobres, entretanto, o quadro é outro. Os recursos tecnológicos para tratamento racional do lixo são ineficientes ou insuficientes. Mesmo quando as iniciativas funcionam, nunca estão na mesma escala de necessidades. No total diário de 90 mil toneladas de lixo produzido no Brasil todo, São Paulo comparece com algo em torno de 12 mil toneladas. A maior metrópole brasileira está perto do colapso: os chamados aterros sanitários estão esgotados, não há onde criar outros. Resultado: montanhas de lixo, máfias do lixo. Toda uma sociedade de quinto escalão se instala sob os viadutos e gravita em torno dos dejetos de quem tem o que jogar fora, contaminando-se com eles e, num efeito bumerangue, contaminando o ambiente geral.

A falta de água

A água doce e saudável é fundamental para a vida sobre a Terra, porém, está se tornando cada vez mais escassa. À medida que aumentam as atividades econômicas, aumentam também as demandas de água. Cerca de 70% da água doce são utilizados para a irrigação, 24% para as indússtrias e 6% para o consumo doméstico. Assim, a disponibilidade ou não de água doce é um fator que limita a produção agrícola, a industrialização e a urbanização.
A água será o elemento decisivo nas questões relativas ao meio ambiente e à política dos próximos 15-20 anos. Os conflitos em relação a terras e petróleo vão parecer insignificantes, comparados aos que aparecerão em relação à água. No abastecimento de água, soluções hábeis para os conflitos poderão ser tão importantes como a própria hidrologia e engenharia.
O Oriente Médio - assim como todo o norte da África, desde o Marrocos até o Egito - é uma das áreas onde o problema será mais evidente. No Brasil, o semi-árido nordestino já vem muito sofrendo, há muito, com a falta de água. Embora o consumo de água seja, em geral, menos elevado que seu abastecimento, o equilíbrio é frágil. Nos últimos dez anos, com a seca, o nível do rio Nilo , por exemplo, tem diminuído, enquanto o consumo de água do Egito vem aumentado. E o Nilo não é um rio exclusivamente egípcio: vários países a sua volta tentam utilizar a mesma fonte. Assim, também a Turquia e o Iraque discutem os direitos de posse de água do rio Eufrates; o México e os Estados Unidos têm litígios em relação às águas do rio Colorado; Bangladesh está na desembocadura do Ganges, mas não tem controle algum sobre os trechos do rio que atravessam outros países.
Muitas vezes, a poluição das águas é acidental, mas, em geral, deriva do derramamento de produtos sem o devido controle. Quando a concentração de substâncias orgânicas e químicas supera certos limites, as águas não conseguem regenerar-se pela ação das bactérias (biodegradação) e vida desaparece. Os rios e lagos convertem-se em cloacas a céu aberto. Mas o maior problema da poluição das águas são os patógenos. Segundo a OMS, cerca de 100 mil crianças morrem por dia, devido a enfermidades contraídas por beber água contaminada; entre elas, destacam-se o cólera e uma infinidade de doenças diarréicas.
Os produtos industriais derramados nos rios causam verdadeiros estragos nas comunidades aquáticas, particularmente nos peixes e nos invertebrados. Muitas substâncias ácidas, sulfuretos e amoníacos paralisam as reações bioquímicas e provocam a morte de animais e plantas. A poluição constitui uma preocupação cada vez maior para as próprias indústrias, que se vêem obrigadas a utilizar as águas contaminadas dos rios, incompatíveis com determinados tipos de instalações. E o industrial que contamina as águas pode ser uma das suas primeiras vítimas.

A pobreza

Muitas vezes, as nações pobres do hemisfério sul consideram que industrialização, a qualquer preço, significa desenvolvimento e progresso. Nesses países, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), um bilhão de pessoas não dispõe de água potável, 1,3 milhão está exposto à fuligem e à fumaça. Quase três quartos da população mundial se alimentam a um custo de três dólares por dia e essa situação tem se agravado. Em 1982, havia trinta países pobres; no ano de 1992, esse número chegou a 42.
Para o desenvolvimento dos países pobres, a década de 90 foi praticamente perdida. Apesar dos esforços, ainda não se conseguiu garantir os preços da matéria-prima. Além disso, o volume de exportação de produtos básicos está caindo, enquanto as importações de produtos industrializados estão cada vez mais caras.
A riqueza econômica de uma minoria, como é o caso do Brasil, em detrimento dos que vivem em extrema pobreza, é um escândalo. Agora, as duas principais causas da degradação ambiental nos países em desenvolvimento são exatamente a miséria e o mau uso da riqueza. Os pobres são obrigados a destruir, em pouco tempo, os recursos dos quais depende sua subsistência a longo prazo. Enquanto isso, os ricos provocam demandas insustentáveis de recursos, transferindo mais uma vez os custos aos pobres.
É relevante assinalar que, em situação de extrema pobreza, o indivíduo marginalizado da sociedade e da economia nacional não tem nenhum compromisso para evitar a degradação ambiental, uma vez que a sociedade não impede sua própria degradação como pessoa.

A VIDA RENASCE

O povo organizado

Na Amazônia, com os povos da floresta - praticamente os índios e os seringueiros, surgiu o "empate da derrubada", sob a liderança de Chico Mendes, líder ambientalista assassinado em 1988. Trata-se de uma invenção de um povo pobre, que depende da floresta amazônica para sobreviver. Hoje, os seringueiros são 70 mil trabalhadores (num universo de aproximadamente 500 mil pessoas, contando-se os dependentes), cansados das determinações governamentais que ninguém cumpre e pelas campanhas que ninguém vê. Por isso, resolveram agir, "empatar" o desmatamento e as queimadas, que hoje destroem a Amazônia, formando mutirões de dezenas de homens que, juntamente com suas famílias, tentam pacificamente estabelecer negociações e impedir as queimadas e a derrubada da mata. Entre os anos de 1975 a 1985, esses "empates" evitaram a destruição de 1,2 milhão de hectares de florestas.
O movimento Cinturão Verde

O movimento Cinturão Verde, lançado pelo Conselho das Mulheres Quenianas (NCWK), luta contra a desertificação, a destruição das florestas, a erosão e a escassez de lenha, trabalhando para que o deserto recue, incentivando a plantação de árvores e a preservação do solo e da água nas comunidades rurais. O movimento também procura conscientizar a população da relação causa-efeito entre deterioração do meio ambiente e pobreza, desemprego, subnutrição, do desperdício de recursos e suas conseqüências políticas e econômicas funestas para a África.
O projeto desenvolveu-se rapidamente. Em catorze anos, criaram-se mais de mil viveiros para a produção de plantas e sementes, posteriormente fornecidas aos camponeses e às diversas coletividades. Isso possibilitou criar trabalho remunerado e, sobretudo, preservar o meio ambiente. Hoje, o número de árvores plantadas gira em torno de dez milhões, com uma taxa de sobrevivência de 80%. O projeto emprega a capacidade de trabalho e recursos locais, estimulando as comunidades a tomarem o destino nas próprias mãos, recusando qualquer interferência direta de renomados especialistas do exterior. Incentiva, assim , a autoconfiança das pessoas do lugar, que freqüentemente se deixam impressionar pelos especialistas, convencendo-se de que são incapazes e atrasadas.

A pressão dos cidadãos

Do mesmo modo, é pela pressão dos cidadãos que as empresas estão parando de usar o clorofluorcarbono (CFC), que destrói a camada de ozônio, e instalando filtros em chaminés para diminuir a emissão dos gases poluentes, que contribuem para o efeito estufa e prejudicam a saúde de muitas pessoas, como ainda acontece em Cubatão, SP.
O advento de uma nova era na questão ambiental, com uma legislação cada vez mais rigorosa e consumidores sempre mais exigentes, está movimentando um outro setor da economia, o dos fabricantes de máquinas, equipamentos e produtos para controle ambiental. Calcula-se que os negócios envolvendo "produtos ecológicos" movimente, anualmente, 500 milhões de dólares (conferir dado com Edison), mais que as indústrias bélicas de todos os países do mundo.
No bojo dessas mudanças, em que ecologia e desenvolvimento econômico se completam, temos uma nova linha de tecnologia, a "tecnologia limpa", que significa basicamente repensar todo o processo produtivo das indústrias, economizando matérias-primas, água e energia (bens cada vez mais escassos), além de diminuir os riscos de poluição ambiental. É uma revolução no modo de encarar o problema da poluição.
Em vez de gastar no tratamento final dos dejetos e efluentes, é melhor diminuir a quantidade desses rejeitos e, se possível, aproveitá-los ao máximo, ainda dentro das fábricas. Com técnicas avançadas, a maioria dos resíduos industriais pode ser reaproveitada.
No fundo, a questão ecológica é uma questão de boa vontade, de vontade política. O homem sempre encontrou soluções, mesmo para seus problemas mais cruciais. Naturalmente, é preciso que, ao lado da consciência ecológica, também se desenvolva - e cada vez mais - a consciência do bem comum, da solidariedade, da fraternidade universal como valores incalculavelmente superiores ao mero progresso tecnológico e científico ou, bem mais ainda, superiores aos interesses do lucro e da dominação. E o homem saberá conviver com as forças da natureza, não sendo subjugado por elas nem destruindo-as , mas dominando-as, a serviço e para o bem de toda a humanidade.

FONTE DO TEXTO:Revista "MUNDO e MISSÃO"

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